ESPADIM D. PEDRO II
O Espadim, "arma símbolo" dos alunos do Curso de Formação de Oficiais (cadetes) é originário da época do Czar Alexander III, que no Comando do Exército Russo, solicitou que seu armeiro forjasse pequenas espadas de aço em comemoração à vitória em campanha militar na cidade de Varna, hoje atual Bulgária, pois iria distribuí-las aos príncipes do Império Russo para que estes as portassem até estarem aptos a exercerem a função de Comando. Essa arma foi reconhecida socialmente durante a cerimônia de casamento do Príncipe Nicolau II, filho de Alexandre III, com a Princesa Alis, neta da Rainha Vitória da Inglaterra. Na época o oficialato era destinado apenas à nobreza, então devido o uso constante na Escola Militar pelos jovens aristocratas russos o Espadim foi difundido na Europa passando a ser usado nos uniformes das escolas militares.
No Brasil, a primeira cerimônia de recebimento de espadins ocorreu em 1932, na antiga Escola Militar de Realengo e a partir de 1944, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em Resende-RJ. O objetivo era representar o cadete como um aprendiz dos oficiais, o qual estava sendo preparado para o comando; e não a significação de nobreza, como acontecia nos Impérios Europeus. Ao adotar seu uso o Exército Brasileiro homenageou seu patrono o Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, confeccionando o Espadim como uma réplica da espada deste militar.
Nas Policias e Corpos de Bombeiros Militares, o Espadim recebe o nome de seus patronos, no Maranhão é conhecido como "Espadim Tiradentes" na APMGD (Academia de Polícia Militar "Gonçalves Dias"), e de "Espadim D. Pedro II" na ABMJM (Academia de Bombeiros Militar "Josué Montello"), entregue ao cadete em meados de conclusão do primeiro ano do CFO (Curso de Formação de Oficiais).
Em especial o Espadim D. Pedro II, trás em sua lâmina a inscrição em latim "Alienam Vitam Et Bona Salvare", que significa "Vidas Alheias e Riquezas Salvar", e é conferido ao Cadete do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão como símbolo da autoridade, da honra e da dignidade do aluno oficial. Acompanha esta nobre arma o dever de responsabilidade com a preservação da vida humana, inserido no senso profissional desde os primeiros passos da carreira do Oficial Bombeiro Militar, a vida na academia.
O Espadim, portanto é muito mais que uma arma, é símbolo de conquista, de valorização, de superação e principalmente representa a fidelidade ao compromisso vital prestado junto à sociedade. Por isso é de grande valor destacar a tradição que esta arma representa sendo justo o orgulho de quem a ostenta, mesmo comparada a outras. Como escreveu Machado de Assis, em sua obra Memórias póstumas de Brás Cubas "Nunca mais deixei de pensar comigo que o nosso Espadim é sempre maior do que a espada de Napoleão".
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